As tranformações Urbanas e o Advento do Capitalismo
Intervenção no espaço, na ordem da vida e nas normas sociais
A cidade é uma realização antiga e sua história é a história dos elementos que fazem a civilização. Mas é com o Capitalismo que surge a "questão urbana", que passa a atribuir ao Estado a exigência de como "viver em cidades". Processos socio-econômicos transformam as condições da vida nas cidades, como superconcentração de pessoas, migrações rurais e modificação do espaço.
A Segunda Revolução Industrial, do século XIX, reforçou as idéias capitalistas (monopólios e imperialismo) e a urbanização da Europa. As cidades sofrem rápidas transformações e reestruturações que literalmente apagam as marcas da Idade Média (exemplo: Georges Haussmann, em Paris).
Essa reordenação tinha vários motivos: o governo impedir rebeliões e revoluções (os becos estreitos dão lugar a largas avenidas), e mostrar aos outros impérios concorrentes a beleza e o poder das grandes cidades e capitais, numa competição internacional. Mas essas mudanças não foram só estéticas, mas sim também estruturais, para atender ao crescimento enorme da população. Foi assim que se deram os primeiros passos no rumo do que hoje conhecemos como planejamento urbano.
Em meados do século XIX, a população urbana da Inglaterra ultrapassou a rural pela primeira vez na história, marcando a passagem para um novo tipo civilização. No final do século XIX, a população urbana já era três quartos do total. Não apenas como uma redistribuição interna, a população total aumentava extraordinariamente. Em 1801, havia 9 milhões de habitantes, 18 milhões em 1851 e 36 milhões em 1911.
Os equipamentos urbanos passam a ser industrializados (produzidos em série) e a intervenção urbana passa a ser estratégica para resolver os problemas do intenso crescimento da cidade moderna. Como lembra WILLIAMS (1989): “Não era só uma questão de número de habitantes: tais cidades haviam sido construídas para