As Sociedades e Suas Relações Com a Natureza

AS SOCIEDADES E SUAS RELAÇÕES COM A NATUREZA Ao analisarmos as formas como os diferentes tipos de sociedade estabeleceram as suas relações com a Natureza, verificamos a relevância dos fatores políticos e econômicos como determinantes dessas diferenças. Historicamente, as posturas que os homens assumem nas suas relações sociais e a maneiras como convivem com a Natureza e a utilizam, todos dependem fundamentalmente do caráter ideológico assumido pelo Estado. Para ilustrar este fato, vamos avaliar como se desenvolvem os relacionamentos sociais e econômicos em dois tipos bastante distintos de sociedade. Na sociedade baseada no modelo econômico consumista, verifica-se que o Estado direciona os cidadãos para um maior consumo, numa tentativa de gerar aquecimento da economia e propiciar maiores lucros para as empresas, ampliando, assim, o mercado de trabalho e a renda per capita, o que conduz a um maior consumo e impulsiona todo o sistema para um “desenvolvimento”. Nota-se que há uma sobreposição de interesses do Estado com os das grandes corporações, todos direcionados para maiores lucros, maior arrecadação de impostos e maior circulação de moeda. As pessoas convivem, desde cedo, com uma educação voltada para resultados práticos do ponto de vista financeiro e o maior objetivo passa a ser a carreira e o sucesso profissional. Aprendem que uma pessoa vale pelo que pode e consegue ter. Neste contexto, exacerba-se o individualismo e a necessidade de comprovar o sucesso pessoal pelo acúmulo de bens, tornam-se pessoas depressivas, endividadas, sem limite para o consumo. Ocorre um desprezo pelos valores éticos e um descaso pelo bem coletivo. É uma sociedade em que os mais poderosos subjugam os mais fracos e se orgulham disso. Da mesma forma como se desenrolam as relações sociais nestas sociedades que primam pelo egocentrismo e individualismo, também se desenvolvem as relações com a Natureza. O desprezo pelos valores éticos, a busca desenfreada de vantagens e lucros, a