AS RUPTURAS DA MENTALIDADE CLÁSSICA NA ARTE OCIDENTAL
CAIO DE GIOVANI
SÃO PAULO
2013
O objetivo deste trabalho é, dentro de suas limitações, discursar sobre as rupturas da mentalidade clássica na arte ocidental. Porém também tentar mostrar que nem mesmo as estéticas que rompem mais profundamente com a mentalidade clássica, chegando em alguns casos à abstração, seriam um limite, ou um ideal inerente ao fazer artístico, ou seja, o “fim do caminho” para a produção artística. Mesmo porque, a mentalidade clássica persistiu e perdurou tanto, a ponto de ser necessária verdadeira revolução ao rompê-la, justamente porque a ela foi atribuído tal valor de finalidade insuperável. As mudanças, e talvez o que se possa chamar de início do processo de mudança, claro, inerentemente influenciado pelo contexto histórico e social, se deu justamente por haver sido proclamado que a arte atingira seu limite, e que os grandes mestres do renascimento seriam insuperáveis. Ninguém jamais poderia, portanto, superar a anatomia de Miguel Ângelo, ou a beleza ideal de Rafael Sanzio, por exemplo. Decerto não era um cenário muito animador aos artistas da época pensar que nada mais poderiam fazer visto que tudo já havia sido resolvido, e lhes cabia tentar imitar tal perfeição, o melhor que pudessem e nada mais. O que acabou culminando no próprio
“maneirismo”, pois sendo a arte “Cosa Mentale”, eles não teriam conseguido imitar o espírito, mas apenas a maneira, o que levaria a resultados insatisfatórios. Mas enfim outros que não se conformaram com a resolução de todos os problemas buscaram outros que seus espíritos ansiassem por resolver, como por exemplo Parmiggiano, Giovanni da
Bologna ou Tintoretto.
“Quer nos agrade ou não o caminho que ele adotou, devemos admitir que Parmigianino foi coerente. De fato, ele e todos os artistas de seu tempo que procuraram deliberadamente criar algo novo e inesperado, mesmo a custa da beleza "natural" estabelecida pelos grandes