As regras da biografia em Como se deve escrever a História, de Luciano Samósata, e nas Vidas dos Césares, de Suetônio
Samósata, e nas Vidas dos Césares, de Suetônio
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Miguel Pereira dos Santos*
RESUMO: Esta comunicação visa analisar conjuntamente o tratado de Luciano,
Como se deve escrever a História, e as Vidas dos Césares, de Suetônio, no tocante às relações entre biografia e História. Buscar-se-á identificar elementos da obra de Suetônio que possam ser associados às formulações expostas por
Luciano a respeito de como o historiador deve se portar ao escrever História. Em suma, o objetivo maior é compreender a maneira de escrita historiográfica em
Suetônio, diante da teoria exposta no tratado de Luciano.
Nascido em Samósata no século II d.C., Luciano foi um grande erudito.
Professor de retórica em várias cidades do Império Romano, teve sua maturidade intelectual no governo de Marco Aurélio. Sua escrita teve fundamental importância por apresentar referências a grandes nomes de sua época como: Heráclito, Homero,
Tucídides, Heródoto entre outros.1 Em “como se deve escrever a História”, Luciano de
Samósata atribui elementos essenciais de como o historiador deve se portar ao desenvolver a escrita historiográfica, motivado por historiadores que escreviam elogios aos “vencedores”, principalmente acerca da vitória do Imperador Lúcio Vero contra os partos. Percebemos serem os escritos de Luciano não apenas crítica historiográfica, mas também um texto panfletário com ideologias anti-romanas, sendo que nesta época os imperadores romanos estavam com amplos poderes, tornando difícil relatar de fato o acontecido diante das represálias dos imperadores. Nesse sentido, a História contada era apenas as dos vencedores e nunca a dos vencidos. Diante disso, Luciano mostra em seu libelo que o historiador deve escrever sem esperar nada em troca, sem medo, deixar de
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Graduando História pela Universidade Federal de Ouro Preto