As pupilas do senhor reitor
Clara: “Clara possuía um gênio, com o qual se não davam as apreensões. Não calculava conseqüências. A vida era o presente. (...) A sua confiança em tudo chegava a ser perigosa. Um inesgotável fundo de generosidade, elementos principal daquele caráter simpático.”
Margarida: “De caráter triste e sombrio, que é traço indelével que fica de uma infância, à qual se sufocaram as naturais expansões e folguedos, em que precisa de transbordar a vida exuberante e bela.”
Daniel: Amigo de infância de Margarida, filho do abastado José das Dornas, também pai de Pedro. Margarida afeiçoara-se a Daniel. Daniel tem constituição física frágil, o que leva o pai a direcioná-lo para o sacerdócio por meio do Reitor.Como Daniel aos treze anos confessa que não tem vocação para a carreira religiosa, o Reitor convence o pai a envia-lo ao Porto para estudar medicina e ser doutor.
Pedro: irmão de Daniel e noiva de Clara.
Dr. João Semana: médico octagenário de idéias limitadas e ultrapassadas.
João da Esquina: comerciante boçal, atento a intrigas e brigas locais, representante do meio mesquinho e pequeno.
Velho Mestre: velho filósofo que se instalara na vila para procurar paz na vida do campo e preparar-se para morrer. O velho servia de mestre a Margarida, criando amizade com a moça, que muito aprendia com o filósofo.
Num cenário povoado de tipos humanos cuja bondade só é maculada pelo moralismo quase ingênuo de comadres fofoqueiras, desenrola-se o drama amoroso. Daniel, ainda menino, prepara-se para ingressar no seminário, mas o reitor descobre seu inocente namoro com a pastorinha Margarida (Guida). O pai, José das Dornas, decide, então, enviá-lo ao Porto para estudar medicina. Dez anos depois Daniel volta para a aldeia, como médico homeopata. Margarida, agora professora de crianças, conserva ainda seu amor pelo rapaz. Ele, no entanto, contaminado