As Pupilas do Senhor Reitor
As Pupilas do Senhor Reitor
Esta história tem como pano de fundo o campo, característica da obra de Júlio Dinis.
Centra-se em duas irmãs, Margarida e Clara, e em dois irmãos, Daniel e Pedro.
Daniel como não tinha as mesmas aptidões para a vida de campo como Pedro, começou por estudar para padre. Depressa se viu que essa não era a sua vocação, porque depois das aulas com o reitor ele ia ter com Margarida aos montes onde ela andava com o gado, conversar e cantar.
O reitor descobriu, soube inclusive que ele gostava da rapariga e que queria, um dia mais tarde, vir a casar com ela. Ora, isto não são vontades que um aprendiz de padre deva ter.
José das Dornas, pai de Daniel e Pedro, soube do sucedido e mandou o filho ir estudar Medicina para o Porto.
Esta separação foi muito dolorosa para Daniel e Guida, sobretudo para ela, porque ele conheceu novas pessoas, teve novas experiências e depressa se esqueceu dela.
Mas Margarida ficou sem a única pessoa que a conseguia tirar da tristeza e solidão em que vivia, sem a sua companhia de cantorias.
Sendo assim, Clara foi o seu único consolo, foi quem a fez suportar os maus tratos e friezas da madrasta. Eram muito amigas. Clara nutria um grande respeito e admiração pela irmã.
Certo dia, Clara, enquanto lavava a roupa juntamente com outras raparigas da aldeia, soube que estava a ser observada por Pedro e depois de olhares e risinhos começaram uma conversa “cantada”. “a quem me possa entender Tudo eu quisera contar; Mas os amigos são raros, Não sei onde os posso encontrar” - Clara
“Encontra-os em cada canto Quem os quiser procurar; E um dos mais verdadeiros Aqui te está a escutar” - Pedro
Mais tarde começaram a namorar e planejavam casar.
Quando Daniel voltou, já com o curso finalizado, Pedro quis-lhe apresentar Clara, sua futura esposa e Margarida, de quem ele já não se lembrava. E assim foi. Margarida ficou destroçada por Daniel não a ter reconhecido.