as obras de arte na era das industrias culturais
Sem dúvida alguma que a arte é um assunto profundamente questionável. Ninguém conseguiu até hoje encontrar uma definição que não seja nem inclusiva nem exclusiva sobre o que é a arte.
Dentro desta questão principal, há muitas outras que causam muita discordância: qual é o critério usado para distinguir uma mera imagem de uma grande obra de arte? O que faz de alguém um verdadeiro artista? Será que só os que já produziram grandes obras de arte tem mérito suficiente para serem considerados verdadeiros artistas?
A resposta a estas perguntas, se já eram difíceis de se encontrar, a partir do seculo XX, a sua descoberta dificultou-se muito. Isto devido a nessa altura ter-se notado uma massificação das obras de arte, isto é, notou-se uma transformação da mercadoria em cultura e da cultura em mercadoria. Este acontecimento deu-se a nível mundial e ficou para a história, desenvolvendo a capital monopolista, os princípios da administração e as novas tecnologias de reprodução. Este fenómeno deu-se a vários níveis:
A pintura, mais especificamente o PopArt foi apoderado pelo capitalismo.
É fácil de verificar isso. Basta pensarmos na quantidade de marcas que produzem os seus logotipos e designs de produtos recorrendo a este gereno de pintura como forma de atrair clientes.
Criou-se a música pop e a popular que resultam da evolução da sociedade, da urbanização e da industrialização. É conhecida como música comercial, pois existem milhares de artistas dentro do género e grande parte deles criam música unicamente como forma de sustento e não como forma de expressão, podendo até recorrer a artes visuais, como é o caso das bandas sonoras de filmes ou de programas de TV, ou até mesmo a música de anúncios publicitários. Um bom exemplo de transformação de música em objeto de comercialização é a boysband Backstreet Boys, que teve um enorme sucesso nos anos 90, mas depois decidiram separarem-se, e quando se agruparam novamente, o seu