As migracoes na asia
Introdução
Mais de 50% da população mundial vive hoje na Ásia. Esta forte percentagem deixa prever a amplitude dos fenómenos migratórios nesta região1. Com efeito, já em 1990, a Ásia contava com o maior número de migrantes internacionais, com cerca de 49,8 milhões de pessoas. 15 anos depois encontra-se em segundo lugar, mesmo atrás da Europa, com 53,3 milhões de migrantes internacionais. Estas migrações não ganharam só em intensidade. Foram igualmente atingidas por uma evolução qualitativa. Certos países, outrora considerados países de emigração, são hoje países de imigração (principalmente a Malásia e a Coreia do Sul). Se o factor económico continua a ser o principal motor das migrações nesta região, não podem ser ignorados factores que se prendem com as migrações forçadas ligadas ao tráfico de seres humanos, à instabilidade política, ou a catástrofes naturais. Assistese ainda a uma recente mas intensa feminização destes fluxos migratórios. Face à extensão e à complexidade dos movimentos migratórios pode observar-se a criação de uma certa cooperação regional, cujo objectivo visa, principalmente, a regulação dos fluxos.
I. Os fluxos migratórios na Ásia: países de partida e países de acolhimento
Enquanto que um país de partida (ou de origem) concentra as suas políticas em medidas ligadas à emigração e ao regresso dos seus emigrantes, um país de acolhimento (ou de destino), estabelece, sobretudo, políticas ligadas à admissão, emprego ou à estadia dos estrangeiros presentes no seu território. Geralmente, as migrações na Ásia, nomeadamente a migração ligada ao factor económico, fazem-se dos países menos desenvolvidos para os países que necessitam de mão-de-obra e onde o trabalho é mais bem remunerado.
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Gilles Pisin, Populations et Sociétés, «Tous les pays du monde», INED, nº 414, Julho – Agosto 2005. Neste artigo o autor dá-nos a conhecer dados estatísticos comparados entre a Ásia Ocidental (214 milhões de habitantes), a Ásia central Sul (1