078026830701
28838 palavras
116 páginas
Curso – Introdução à Piscicultura J.E.P. Cyrino, A.M.B.M. Sampaio de Oliveira e A.B. Costa1
Introdução à Piscicultura
José Eurico Possebon Cyrino, Ph.D. Setor de Piscicultura Departamento de Zootecnia, Setor Não Ruminantes ESALQ/USP Av. Pádua Dias, 11; C. P. 09 13418-900; Piracicaba, SP jepcyrin@esalq.usp.br.usp
O meio rural brasileiro sempre mostrou interesse na piscicultura. Entretanto a falta de serviços de extensão e a longa instabilidade do sistema econômico, aliados ao desconhecimento das técnicas de cultivo e ao preconceito contra o consumo de peixes cultivados, condicionam um lento desenvolvimento da piscicultura comercial. Considerando-se as qualidades nutritivas do pescado, o potencial de geração de empregos da indústria pesqueira, o baixo custo da produção de peixes em cativeiro, a depleção dos estoques pesqueiros naturais, e o aumento da demanda de alimentos em função do crescimento populacional, a piscicultura é uma alternativa altamente viável para a agropecuária. Em adição, a piscicultura pode ser praticada em áreas impróprias para agricultura tradicional, como solos não agriculturáveis, ou ainda conferir usos múltiplos a grandes coleções de água, como os grandes reservatórios de hidrelétricas. A aquicultura – criação de organismos aquáticos em condições controladas – é uma economicamente rentável, desde que feita com base em projetos tecnicamente corretos. A aquicultura apresenta algumas limitações: necessita um mercado favorável, receptividade da população para aceitar as mudanças trazidas pela implantação de uma nova indústria, uma política que garanta o acesso dos produtores aos recursos naturais indiscriminadamente, disponibilidade regional de alevinos, alimentos, equipamentos, materiais, serviços de extensão e controle sanitário, crédito e mercado financeiro favorável. Finalmente para a implantação de aquicultura é necessário que os indicadores econômicos sejam favoráveis à obtenção de lucros na atividade. Os recursos hídricos abundantes,