As hidrelétricas brasileiras
O Brasil possui um território privilegiado em potencial hídrico e detém uma das maiores reservas de água doce do mundo. Essas reservas estão distribuídas em rios caudalosos que compõem bacias hidrográficas de longas extensões, favorecem a produção de energia elétrica. Por esse motivo as hidrelétricas no Brasil correspondem a 90% da energia elétrica produzida no país, isso se deve ao seu grande potencial hídrico. A energia elétrica atende a cerca de 92% dos domicílios no país. A produção de energia é realizada por usinas hidrelétricas e termoelétricas, sendo que as usinas hidrelétricas respondem, por cerca de 97% da energia elétrica gerada.
A instalação de barragens para a construção de usinas iniciou-se no Brasil a partir do final do século XIX, mas foi após a Segunda Grande Guerra Mundial (1939-1945) que a adoção de hidrelétricas passou a ser relevante na produção de energia brasileira.
Apenas de o país apresentar o terceiro maior potencial hidráulico do mundo (atrás apenas de Rússia e China), o Brasil importa parte da energia hidrelétrica que consome. Isso porque a maior hidrelétrica das Américas e segunda maior do mundo, a Usina de Itaipu, não é totalmente brasileira. Por se encontrar na divisa do país com o Paraguai, 50% da produção da usina pertence ao país vizinho que, na incapacidade de consumir esse montante, vende o excedente para os brasileiros. Além do mais, o Brasil também compra energia produzida pelas hidrelétricas argentinas de Garabi e Yaceritá.
Muitos analistas destacam a desnecessidade da importação de energia elétrica para completar o abastecimento do país e culpam a falta de investimento, uma vez que o país só aproveita 25% do potencial hidráulico existente. Por outro lado, a construção de usinas esbarra em questões burocráticas – como o orçamento e planejamento administrativo – e em questões ambientais, pois, como veremos adiante, a construção de barragens para a produção de energia pode causar danos ao