as grandes obras politicas
CAPÍTULO I
O "ENSAIO SOBRE O GOVERNO CIVIL", DE JOHN LOCK (1690)
O autor inglês John Locke (1632 - 1704) iniciou sua carreira, na Inglaterra no final do século XVII, dando ênfase nas convergências abertas contrárias às idéias absolutistas de Hobbes. Adepto dos defensores do Parlamento, seu "Ensaio sobre o Governo Civil" foi divulgado em 1690. Locke inicia da mesma forma como Hobbes, acompanhado de um "acordo" entre os homens, que criou a sociedade e o governo civil, assinalando-lhe o domínio, isolando as leis de sua conservação ou de sua dissolução. No entanto, Locke chega a fins contrários às de Hobbes. Hobbes acredita na "autoridade absoluta, sem falhas, que elimina todo risco de anarquia - mesmo sacrificando a liberdade" (pág. 106). Já Locke acredita no "antiabsolutismo, violento desejo da autoridade contida, limitada pelo consentimento do povo, pelo direito natural, a fim de eliminar o risco do despotismo, da arbitrariedade - mesmo abrindo uma brecha para a anarquia" (pág. 106) Ou seja, Locke, apóia que, mesmo no estado de natureza, o homem tem em si a razão. Locke apresenta alguns direitos que o homem possuí quando se encontra no estado de natureza, denominados de "direitos naturais do indivíduo", que podem ser usados para proteger dos abusos do poder esse mesmo indivíduo quando se encontra no estado de sociedade. Estes direitos podem ser justificados como, "em primeiro lugar, porque o estado de natureza de Locke [...] está regulado pela razão. Em segundo lugar, porque, contrariamente a Hobbes, os direitos naturais, longe de constituírem o objeto de uma renúncia total pelo contrato original, longe de desaparecerem, varridos pela soberania no estado de sociedade, ao contrário subsistem. E subsistem para fundar, precisamente a liberdade." (pág.108) Pode se destacar que o direito da propriedade privada que é fruto de seu trabalho, está incluso nos "direitos naturais do indivíduo". O Estado deve,