As festas que a República manda guardar - Fichamento Crítico
OLIVEIRA, Lúcia Lippi. As festas que a República manda guardar. In: Revista Estudos Históricos, Rio de Janeiro, nº4, vol.2, 1989, pág.172-189.
Cícero Avelino Lima *
Em 1989 a República brasileira completava o seu primeiro centenário. Neste ano foram lançados inúmeros livros e artigos em todo o país discutindo a respeito dessa ruptura na política brasileira. Nesse contexto a historiadora Lúcia Lippi de Oliveira, publica um reflexivo artigo, As festas que a República manda guardar, na Revista de Estudos Históricos do Rio de Janeiro. O trabalho trás uma série de inquietações a respeito das disputas pelo domínio da memória entre os grupos monarquistas e republicanos. Situando esse embate na transição política. As festas é o elemento que a autora utiliza para a discussão da construção do imaginário. Para além das comemorações cívicas Oliveira nos elucida sobre o papel dos símbolos, sejam eles republicanos ou monarquistas na construção da memória histórica. Para o enriquecimento da discussão ela dialoga com Hobsbawn e Terence, em sua obra, A invenção da tradição, ainda Emília Viotti e José Murilo de Carvalho somam-se O artigo se propõe a uma análise a respeito da memória nacional, “como a memória é construída, torna-se importante conhecer os processos e atores que intervém no trabalho de constituição e formalização das memórias.”1 para isso a autora analisa o pensamento intelectual nos primeiros momentos da República, e como fonte utiliza uma série de livros publicados por estes no “calor do momento”. O que nos mostra a ausência do povo na participação dessa memória, sendo escrita pelo um pequeno grupo. Reforça suas fontes o decreto federal de 18902, onde a jovem República orientava sobre quais festas deviam ser guardadas. (7 de setembro; 15 de novembro; 21 de abril, Etc.) Era a História do Brasil República que começava a ser escrita, sobre a égide da caneta oficial. Para o desenrolar dessa História era preciso construir símbolos