As estruturas clínicas na contemporaneidade
Resumo: A Psicanálise propõe que, a partir da castração, um dos três modos de negação do Édipo pode surgir e, conseqüentemente, três estruturas clínicas se tornam possíveis: a neurose, a psicose e a perversão. Lacan confirma dois entendimentos clínicos: um estruturalista - descontinuista e categorial; outro borromeano, elástico e baseado sobre uma visão genérica da forclusão. Na clínica borromeana considera-se a coexistência de fenômenos das diferentes estruturas atuando no sujeito de forma concomitante, com a momentânea evidência de uma delas. Nos últimos anos, novas patologias mentais, entre elas as depressões, o pânico, as adições, as doenças psicossomáticas e os distúrbios da alimentação, estão se fazendo presentes levando ao questionamento quanto a efetivas possibilidades de serem reduzidas às estruturas clínicas clássicas. No entanto, a clínica, ao tratar do homem da contemporaneidade, com seus novos problemas, não pode cogitar de approachs que possam ser produzidos a priori e colocados nas prateleiras para serem vendidos como simulacros dos psicofármacos atuais para uma certa classe de analisantes, rotulados na conformidade da sua estrutura psíquica. Palavras Chaves: Lacan; estruturas; neurose; psicose; perversão; pós-modernidade. Introdução Entendida como uma organização, a Estrutura Psíquica guarda, em geral, um campo dinâmico e sistemático de elementos, no qual existem regras, ordem, princípio de racionalidade e cujas funções e propriedades se harmonizam.
Enquanto “em psicopatologia, a noção de estrutura corresponde àquilo que, em um estado psíquico mórbido ou não, é constituído por elementos metapsicológicos profundos e fundamentais da personalidade, fixados em um conjunto estável e definitivo”. (Bergeret, 1998, p. 51)[3], para a Psicanálise as Estruturas Clínicas demonstram o modo de relação do sujeito com o seu desejo.
A Psicanálise preconiza que os