As drogas e a historia da humanidade
Carneiro (2009), através de uma análise história sobre o uso de substâncias psicoativas, afirma que as drogas (como são denominadas atualmente) foram importantes como analgésicos da dor física e espiritual da humanidade; além de fornecerem energia para atividades vitais em tempos mais remotos, como na caça e no combate. Deste modo, a questão das drogas não deveria ser vista como um problema em si, já que está associada à cultura humana desde tempos remotos.
Segundo o autor, na Grécia clássica o vinho era considerado uma grande realização cultural humana, e servia inclusive como um instrumento de educação ao cidadão, pois permitiria que se conhecesse melhor a si próprio. Deste modo, vários filósofos gregos falam sobre a temperança; que estaria relacionada ao uso correto, isto é, ao equilíbrio e a moderação na utilização desta droga. No âmbito da espiritualidade humana, o judaísmo sacralizou o vinho, dando inicio a seu uso enquanto instrumento de devoção; e posteriormente no cristianismo o vinho passa a encarnar a própria divindade.
Segundo McKenna (1995), nas culturas pré-colombianas da América latina, diversas plantas com efeitos psicoativos eram usadas em rituais religiosos, com o objetivo de promover uma aproximação entre o homem e o mundo espiritual. Para o autor, o uso de algumas espécies de fungos e vegetais alucinógenos, como o Peyote (Lophophora williamsii), os cogumelos do gênero Psilocybe (Psilocybe mexicana) e várias outras plantas, tinham uma importância muito mais fundamental daquela descrita por Carneiro. Para McKenna o uso destas substâncias não está associado unicamente a efeitos analgésicos ou estimulantes, mas sim ao contato direto entre o homem e o mundo espiritual.
Em meados dos anos quarenta iniciou-se um crescente interesse por parte da cultura ocidental pelos estados de consciência provocados por essas substâncias. Tal fato teve o seu ápice na década de sessenta e culminou com a política