As Cruzadas

AS CRUZADAS
A população da Europa medieval possuía mentalidade profundamente religiosa. Vivia apegada a superstições e atormentada pelo medo da fome, das doenças e das guerras. A sociedade era essencialmente guerreira, violenta e turbulenta. Sua nobreza estava em guerra permanente uns contra os outros, fazendo da vida do povo comum um inferno: pilhagens, depredações, saques e todo tipo de vandalismo. Os padres pregavam e pediam a paz. Encorajavam os fiéis a viajarem em peregrinação para Jerusalém, buscando o perdão de Deus para seus pecados.
Jerusalém fica na Ásia. Lá, povos muçulmanos vinham conquistando vários territórios, inclusive os lugares considerados santos. Depois que os turcos dominaram o território da Palestina, em 1078, os cristãos passaram a enfrentar muitos perigos e dificuldades em suas peregrinações à terra santa. O imperador bizantino receava o avanço dos exércitos muçulmanos e pediu ajuda ao papa Urbano II. Em 1095, esse papa pregou para uma multidão na França, dizendo: “Cristãos, partam já para ajudar seus irmãos no Leste, pois eles estão sendo atacados. Peguem suas armas para resgatar Jerusalém e obedeçam ao comando de Cristo. Usem a cruz como distintivo. Se vocês forem mortos, seus pecados serão perdoados.”
Muitas pessoas atenderam ao apelo do papa, uns pela guerra, outros pelo perdão de seus pecados, outros ainda pela aventura e riqueza.
A Cruzada dos Mendigos
Antes que os cavaleiros se organizassem, o monge Pedro, o Eremita, conseguiu reunir uma multidão de pobres que iam abandonando suas aldeias, juntando milhares de homens, mulheres, velhos e crianças. Deixando um rastro de destruição e pilhagem, os peregrinos chegaram em péssimas condições a Constantinopla. Preocupado com a segurança de sua cidade, o imperador aconselhou o grupo a aguardar a chegada de tropas mais bem equipadas, do lado de fora das muralhas. Mas como a turba começou a saquear a cidade, o imperador achou melhor que atravessassem o Bósforo para o lado asiático. Foi