As Considera Es Do Poeta Em Os Lus Adas 1
Português – Isabel Páscoa
As considerações do poeta em Os
Lusíadas
Cantos VIII e IX
Ana Santos nº4, André Mendes nº5, Carlos Martins nº8, Catarina Piedade nº11 e Iva Monteiro nº21 –
12º B
Canto VIII
96 – 99
(…)
Veja agora o juízo curioso
Quanto no rico, assi como no pobre,
Pode o vil interesse e sede imiga
Do dinheiro, que a tudo nos obriga.
A Polidoro mata o Rei Treício *,
Só por ficar senhor do grão tesouro;
Entra, pelo fortíssimo edifício,
Com a filha de Acriso a chuva d' ouro
**;
Pode tanto em Tarpeia *** avaro vício
Que, a troco do metal luzente e louro,
Entrega aos inimigos a alta torre,
Do qual quási afogada em pago morre. *O rei da Trácia matou
Polidoro só para lhe roubar o ouro. **Danae, filha de
Acriso, foi encerrada numa torre para não ter filhos, mas Júpiter surgiu sob a forma de uma chuva de ouro e engravidou-a. *** Tarpeia: cidade que se entregou ao inimigo, a troco de ouro, sob o qual ficou
Canto VIII
Este rende munidas* fortalezas;
Faz tredores** e falsos os amigos;
Este a mais nobres faz fazer vilezas,
E entrega Capitães aos inimigos;
Este corrompe virginais purezas,
Sem temer de honra ou fama alguns perigos; Este deprava às vezes as ciências,
Os juízos cegando e as consciências.
Este interpreta mais que sutilmente
Os textos; este faz e desfaz leis;
Este causa os perjúrios entre a gente
E mil vezes tiranos torna os Reis.
Até os que só a Deus omnipotente
Se dedicam, mil vezes ouvireis
Que corrompe este encantador, e ilude;
Mas não sem cor, contudo, de virtude!
*munidas: bem defendidas **tredores: traidores
“A Polidoro mata o Rei Treício,
Poder
Só por ficar senhor do grão tesouro;”
corruptor do dinheiro
“ Pode tanto em Tarpeia avaro vício
e
Que, a troco do metal luzente e louro,
Entrega aos inimigos a alta torre,
Do qual quási afogada em pago morre” orientação
materialista da sociedade
Canto IX
Que as Ninfas do Oceano, tão fermosas,
Tétis e a Ilha angélica