As cidades na Revolução Industrial
Até o século XVIII, cidade grande na Inglaterra era uma localidade com cerca de 5 000 habitantes. em decorrência da industrialização, a população urbana cresceu e as cidades modificaram-se. os operários, com seus parcos salários, amontoavam-se em quartos e porões desconfortáveis, em subúrbios sem condições sanitárias.
A revolução industrial pressupunha a acumulação de capital. A história registra que na Inglaterra, berço desta revolução, esta acumulação ocorreu, em grande parte, devido ao processo de expulsão dos trabalhadores do campo e a tomada, mediante o uso da força, das terras em que viviam.
O historiador Eric Hobsbawn (A era das revoluções: Europa 1789-1848) afirmou que:
“Uns 5 mil “cercados” estabelecidos por decretos gerais e particulares ocuparam cerca de 6 milhões de acres de campos e terras comuns a partir de 1760, transformando-os em propriedades privadas, e foram reforçados por inúmeras regulamentações menos formais. A Lei dos Pobres de 1834 foi projetada para tornar a vida tão intolerável para os pobres do campo que eles se vissem forçados a abandonar a terra em busca de qualquer emprego que lhes fosse oferecido. E, de fato, logo começou a fazê-lo. Na década de 1840, vários condados já estavam à beira de uma perda absoluta de população, e a partir de 1850 a fuga do campo se tornou generalizada”.
As cidades, com o advento da revolução industrial, passaram a ser, portanto, o lugar por excelência da vida moderna. Foram nas cidades que a população expulsa de suas terras se via diante de um mundo completamente diferente daquele vivido por seus antepassados. A cidade lhe reservava realidades novas e mudou a relação dos homens com o tempo, com o espaço e com eles mesmos.
Desta forma, novos elementos foram impostos a esta população: a poluição, a concentração populacional, a violência urbana, o alcoolismo, as doenças advindas da vida insalubre, as modificações na estrutura familiar, na