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Saiba porque o terremoto seguido de tsunami causou a atual crise nuclear no Japão
Após o terremoto seguido de tsunami que atingiu a costa nordeste do Japão na última sexta-feira, o país enfrenta a pior crise desde a Segunda Guerra Mundial, segundo o premiê Naoto Kan. Além de deixar mais de mil mortos, o terremoto causou problemas em pelo menos três usinas nucleares. O caso mais grave é o da usina Fukushima 1, operada pela Tokyo Electric Power Company, que tenta resolver um vazamento de radiação ativo desde o terremoto. Para evitar que a população se contamine, apesar de a quantidade de radiação liberada ser "minima", o governo retirou os moradores que vivem em um raio de 20 km em torno da usina Fukushima 1.
O terremoto não causou danos diretos às usinas nucleares japonesas. Como elas estão em uma região suscetível a terremotos, já foram construídas de acordo com os parâmetros internacionais de segurança. O reator nuclear fica dentro de uma cápsula de aço, onde recebe água que, aquecida a altas temperaturas, gera vapor e produz a energia elétrica. O conjunto de equipamentos que alimentam o reator também fica dentro de um prédio com paredes de concreto de até um metro de espessura. Segundo especialistas, essas usinas são preparadas para suportar até mesmo quedas de avião.
Contudo, as redes de transmissão de energia elétrica do Japão não são à prova de desastres naturais. Com os tremores, algumas delas interromperam o fornecimento e diversas cidades ficaram sem energia elétrica. A maior parte das usinas já é antiga e utiliza um sistema de bombeamento elétrico à água para alimentar o reator, mas também para resfriá-lo. Com o blecaute de energia causado pelo terremoto, o sistema parou de funcionar, conforme mostra o infográfico: o reator superaqueceu e liberou vapor, aumentando a pressão dentro da cápsula. Com isso, o reator começou a fundir, o que elevou os níveis de radiação em mil vezes. “O urânio começou a virar gás e uma