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p refácio de início são as canções de ninar e o manhês com pala- vras ritmadas e cadências sonoras formas pelas quais os bebês são tocados pela voz materna voz que ao mesmo tempo acalanta e inscreve marcas nesse corpo. marcas que a mãe ao exercer sua função de dar sentido às manifestações corporais do bebê (gestos sons) torna significantes. em seguida surgem os jogos orais que darão origem às brincadeiras de infância em que se cruzam movimento e linguagem. o trabalho com bebês e música abre um extenso campo de novas indagações e investigações para a psicanálise. uma de- l a s s e r i a j u s t a m e n t e s o b r e a l i n g u a g e m m u s i c a l o u m a i s pontualmente: como um estilo musical estaria presente no mo- mento inicial da vida do bebê? momento fundamental em que uma escuta “a mais” – além das palavras anterior a qualquer idéia de objeto ou sentido – encontra uma freqüência natural de vibração: o som de onde surgem as notas musicais. se winnicott diz: “um bebê é algo que não existe” já que nos momentos iniciais só podemos pensá-lo a partirda relação com a mãe lacan conclui ser justamente a mãe ao enunciar a criança em seu discurso que possibilita ao bebê ganhar um lugar de futuro sujeito mesmo antes de seu nascimento uma linguagem primária em que o som evocado aí está para ser circunscrito à letra. ela nos aponta em seu estudo aliando a teoria à prática com atividades musicais voltadas para o bebê como ele entra na ordem da linguagem levando em conta as complexas manifesta- ções subjetivas que ocorrem entre a mãe e sua pequena criança e a importância nos primeiros momentos de vida de uma escuta que privilegie o som mais do que o sentido. escuta que se daria pelos nodos – elementos mínimos constituintes – mas que con- tém uma infinita quantidade de informações do mundo exterior e também dos códigos familiares de comunicação. são pontos puros sem ruído cujos limites da palavra se- quer podem transmitir tendo por sua conta o real onde simbólico e