Artigo

Terra, conhecimento e sabedoria

Quanto mais longe da terra, mais longe da natureza, da minha, da nossa própria natureza...

Este ensinamento em que pese óbvio, em pleno aquecimento global, em tempos de neuroses, pesticidas e relações virtuais, tem soado apenas como mais uma onda de puro modismo, sem entendimento, conseqüentemente sem sentimento. O “ter” suplantando ferozmente o pouquinho do “ser” que ainda resta, e, até Deus virou mercadoria, das mais lucrativas, uma commoditie disfarçada, com direito a participação indireta em bolsa de valores e tudo.

Nossos conhecimentos nos fizeram ver a importância da natureza, entretanto nossa arrogância e prepotência fizeram com que víssemos não nossa dependência dela, mas apenas mais uma forma de lucro, com direito a linguagem bancária: “créditos e serviços ambientais”, sem falar da água que jamais cogitávamos 30 anos atrás termos que comprar um copo d`água na rua ao invés de simplesmente pedir, tudo, até a própria sede tem “sede” de lucro.

Tudo precisa gerar lucro renda e com muita velocidade, passamos a “passar” pela vida, como se estivéssemos viajando e olhando-a como a paisagem vista da janela de um carro em alta velocidade, com uma visão rápida, passageira, distorcida e ofuscada, esquecemos, como dizem os índios guaranis: “quando se corre demais há de se esperar pela alma”.

Vivemos tempos de muitíssimo conhecimento, e, aquela sensação de que ainda pouco sabemos. Somos como bibliotecas ambulantes carregados de conhecimento, entretanto, fora os passos para nossas necessidades vitais, somos praticamente inertes, alienados, pois assim como as bibliotecas, não somos capazes de transformar o conhecimento em ação, falta-nos a sabedoria que vem das experiências e dos sentimentos que elas despertam em nós. Mas como despertar tais sentimentos se nossas relações seja com a natureza, seja com nossos semelhantes, amigos e familiares são cada vez mais virtuais do que real? Trocamos o tato, o olfato, dentre