Artigo
O objeto do presente estudo apresenta-se como as memórias e as representações sociais dos sistemas públicos de saúde desenvolvidos por usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) inserida em duas redes de atenção, a saber, a hospitalar e a básica. Destaca-se que a rede básica prioriza ações voltadas para a prevenção de doenças e proteção e promoção da saúde, tendo como sua principal característica a superação do modelo médico-hospitalar, o qual é voltado para intervenções assistenciais e curativas(1), e a rede hospitalar representa um conjunto de ações e serviços de promoção, prevenção e restabelecimento da saúde realizado em ambiente hospitalar.
Um sistema de saúde é um conjunto de relações políticas, econômicas e institucionais responsáveis por conduzir os processos referentes à saúde de uma população, concretizando-se em organização, regras e serviços que visam a alcançar resultados condizentes com a concepção de saúde presente na sociedade. Os principais componentes dos sistemas de saúde são a cobertura, os recursos (humanos, econômicos, materiais, conhecimento) e as organizações, os quais darão funcionamento aos serviços(2).
O conhecimento do processo histórico de conformação do sistema de saúde é um elemento de essencial para a compreensão das bases do atual sistema público de saúde, o SUS. Portanto, torna-se importante analisar os sistemas de saúde que estiveram presentes na sociedade brasileira, em especial o sistema que antecedeu ao SUS, reconhecendo a influência de seus aspectos sociais, políticos e econômicos na implantação do atual sistema.
O sistema anterior ao SUS, criado em 1977, foi denominado Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social (SINPAS) sendo constituído por três institutos, quais sejam, o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS), o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e o Instituto de Administração da Previdência Social (IAPAS). A atuação do setor público na chamada