Artigo
O presente trabalho tem como objetivo definir e caracterizar a esquizofrenia, a partir de um fragmento da fala de uma paciente do Hospital Galba Veloso. Para melhor compreensão do tema, o trabalho foi baseado no conceito de consciência da unidade do Eu. O trabalho procurou descrever a história de Maria, identificando os principais sintomas e o momento em que aconteceu o desencadeamento da crise.
Palavras chave
Esquizofrenia, cisão do Eu, delírios, alucinações.
Introdução
A esquizofrenia é definida, de acordo com o DSM-VI como um quadro que dura por pelo menos seis meses, e que inclui dois ou mais dos principais sintomas característicos: delírios, alucinações, comportamento desorganizado, alterações da consciência do Eu que também são incluídos como sintomas positivos ou produtivos da esquizofrenia.
Os sintomas característicos da esquizofrenia envolvem uma gama de disfunções cognitivas que acometem a percepção, o afeto, o pensamento e a atenção. O diagnóstico envolve uma série de sinais e sintomas associados ao prejuízo no funcionamento ocupacional e social do individuo.
A esquizofrenia se apresenta em diferentes tipos, e em todos eles está presente a relação entre os sintomas negativos e positivos, ocorrendo em proporções diferentes nos diferentes pacientes esquizofrênicos. (Guia de saúde mental, 2006.p.123).
A consciência da unidade do Eu pode sofrer varias alterações. Em alguns momentos, quando se fala, pode-se notar uma fala automática, ou seja, a pessoa observa a si mesma, e ouve a sim mesma, do lado de fora de si. Se esse evento durar por muito tempo, surgem perturbações no curso do pensamento.
A cada momento o Eu é sentido como algo uno e indivisível. A vivência radical de cisão do Eu só existe, segundo Jaspers, quando o indivíduo se sente radicalmente dividido, sente-se “anjo e demônio” simultaneamente, ou homem e mulher ao mesmo tempo. São necessárias pelos menos duas séries de processos anímicos desenvolverem de forma simultânea,