Artigo
por Stewalter Soares Moraes*
Sem cair no lugar comum, todos reconhecem que o diferencial competitivo entre as organizações está nas pessoas. Há quase dez anos, uma gigante da indústria eletroeletrônica já antecipava a importância do capital intelectual, quando sentenciava, numa peça publicitária "Os nossos japoneses são mais inteligentes que os da concorrência". A preocupação das grandes e médias empresas, em relação à contratação, desenvolvimento e retenção de talentos não é de agora. A necessidade de atrair as melhores cabeças sempre exigiu uma política de recursos humanos bastante arrojada nesse segmento. A novidade é que as pequenas empresas, que não investem em programas de gestão de pessoas, começam a sentir na pele, no faturamento e na carteira de clientes, a ausência desta área.
Segundo pesquisa realizada em 2002, 93% das pequenas não possuíam sequer uma mínima estrutura de RH e apenas 1,67% delas tinham programas permanentes de treinamento. Ora, num mercado cada vez mais exigente não há mais espaço para amadorismo ou ineficiência. As palavras de ordem são competência e profissionalismo. Outro dado revelador é que 69% dos clientes deixam de comprar de um fornecedor devido ao mau atendimento. Isso mesmo, não é só por causa do preço alto ou do prazo de entrega, mas daquele "bom dia" inexpressivo da recepcionista, o tempo de espera no telefone, uma reclamação mal resolvida, uma dúvida não esclarecida, enfim, detalhes que fazem a diferença, mas que somente são alcançadas através de pessoas motivadas, comprometidas e bem treinadas.
Certamente, a ausência da gestão profissional de Recursos Humanos é um dos fatores que levam à situação atual de nossas micro e pequenas empresas. Segundo dados publicados em pesquisa do SEBRAE, o segmento representa 98% das empresas brasileiras, emprega 67% da mão-de-obra, mas contribui com apenas 20% do PIB, exportando insignificantes 1,7%