Artigo
O texto inicia-se com duas epígrafes distanciadas entre se: a primeira de Newman 1951; significa afirmar um projeto em torno da aula, como educação mútua intencional, e a segunda, um depoimento poético de Drummond (1902-1987), a respeito de sua experiência como aluno. Tratando-se da aula, o intuito deste capítulo é oferecer uma organização das diversas partes que a compõem. Nesse sentido, o objeto deste é propiciar um delineamento a respeito da aula, compreendendo a como uma expressão primordial na construção da escola moderna, bem como da estruturação da escola contemporânea, focalizando três dimensões crucias dela: os sujeitos (professores e alunos) e suas relações com a tecnia e com a polis. Além de primordial, a aula adquiriu centralidade, sobretudo com o advento do ensino simultâneo, que vige no mundo ocidental desde meados do século XIX. O sujeito humano que assiste a uma aula buscada espera que seja capaz de gerar envolvimento, sedução, atração, cumplicidade etc. em vista da potencialidade que ela apresenta de compreensão, de análise, de entendimento, de domínio, de desenvolvimento pessoa, intelectual, moral, estético, político, físico etc. Qualificar conceitualmente a aula é um empreendimento que envolve descrição, análise, compreensão e interpretação, se entende que ela é, planejada e operacionalmente, um todo que se revela pormenorizado em suas partes, ou seja, objetivo, finalidade, conteúdo, método, técnica, tecnologia e avaliação. Etimologicamente, aula é um termo de origem latina, que tem sua datação língua portuguesa registrada desde 1679, e significa pátio de uma casa, palácio, corte de um príncipe; o termo foi adaptado da língua grega, tendo nela o sentido de todo espaço ao ar livre, pátio de uma casa (Houaiss 2001). Explicitando um melhor entendimento: a significação originária se prende a pátio (de uma casa ou de um palácio) e, para além de seu contexto