Artigo Trauma Medular
O trauma medular é uma das entidades neurológicas mais freqüentes e mais graves na prática clínica. A lesão medular aguda inicia uma seqüência de eventos vasculares, bioquímicos e inflamatórios que resultam no desenvolvimento de lesões teciduais secundárias, levando à destruição progressiva do tecido neuronal com conseqüências desastrosas e freqüentemente irreversíveis às funções motora e sensorial do animal. Esta afecção deve ser considerada emergencial, visto que a intervenção rápida e adequada em intervalo de tempo apropriado, pode limitar a extensão dos danos ao tecido neuronal, favorecendo assim a recuperação neurológica do paciente. Em geral, no tratamento da lesão medular aguda são utilizados agentes neuroprotetores, visando o controle das lesões secundárias, associados ou não à cirurgia para descompressão e estabilização da coluna vertebral. A compressão medular crônica pode ser decorrente de processos que se desenvolvem gradativamente, mas também pode se referir a seqüelas decorrentes dos efeitos do trauma, meses a anos após a ocorrência da lesão. O trauma medular agudo resulta em lesão por meio de dois mecanismos. A lesão primária que causa o dano mecânico instantaneamente. Ocorre a ruptura e o esmagamento de elementos neuronais, resultando em interrupção fisiológica e/oi morfológica dos impulsos nervosos. A lesão secundária desenvolve-se minutos a dias após o trauma, podendo deflagrar uma cascata de eventos destrutivos que causam a perda do tecido neuronal inicialmente não comprometido.
Na clínica é difícil classificar as lesões pois elas não ocorrem de forma isolada, cada uma dessas lesões favorece a ocorrência e propagação de outras, exacerbando o quadro neurológico.
Após o impacto à medula espinhal, existe um bloqueio total da condução nervosa devido ao influxo de potássio, promove despolarização e consequente bloqueio da condução. Em seguida ao