Artigo - Torcidas Organizadas
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As torcidas organizadas no Brasil (e ao redor do mundo) são uma das grandes polêmicas na pauta da sociedade, divindo opiniões sobre se devem ou não continuar a existir. Além dessa questão, há também uma outra, sobre a possibilidade ou não de se extiguir as atividades das organizadas, ação que passaria por diversas dificuldades caso fosse posta à prática. Mas independente de qualquer discussão, o fato é que o comportamento violento das torcidas uniformizadas, assim como a afinidade das mesmas com diversas atividades ilícitas - sendo muitas delas graves - , faz com que elas, da maneira que existem hoje, se tornem cada vez mais algo a ser combatido pela sociedade e pelo Estado. As primeira torcidas organizadas do Brasil surgiram no final da década de 30, mas as organizadas que conhecemos hoje começaram a surgir a partir do final da década de 60. Nessa época, essas torcidas tinham características diferentes das atuais. Elas surgiram - de um modo geral - de grupos de pessoas de classe média, para apoiar e torcer para o time, mas que tinham também características de movimentos políticos, ou seja, eram grupos engajados em obter certas mudanças em várias áreas. A Torcida Jovem do Santos, por exemplo, no ano de 1967, participou de manifestações políticas contra o regime militar na Praça da Sé, em São Paulo. E a Gaviões da Fiel, outro exemplo, surgiu em 1969 com o intuito de exercer uma cobrança com relação a vida política e administrativa do Corinthians, e para se opor à Wadih Helu, então presidente do clube, que até o fim de sua gestão se esforçou para impedir o surgimento e amadurecimento da torcida. Ou seja, de uma maneira ou de outra, as organizadas que conhecemos hoje tinham características contestadoras e de forte ideologia política. Com o passar do tempo, as torcidas uniformizadas foram adiquirindo novas características e mudando seu perfil, tendo hoje uma realidade completamente diferente da de décadas atrás. Não há mais esse viés político de outrora, muito