Artigo sobre o Fazer Estratégia na área de administração
A estratégia como prática social nas organizações: articulações entre representações sociais, estratégias e táticas cotidianas
Alfredo Rodrigues Leite da Silva
Alexandre de Pádua Carrieri
Gelson Silva Junquilho
Recebido em 19/setembro/2008
Aprovado em 31/março/2011
Sistema de Avaliação: Double Blind Review
Editor Científico: Nicolau Reinhard
RESUMO
DOI: 10.570/rausp1002
O objetivo neste artigo é propor um caminho teórico-metodológico que permita o estudo do fazer estratégia em organizações, a partir de uma abordagem inserida na visão da estratégia como prática social, na qual os contextos – macro e microssociais –, bem como suas delimitações, são manifestados pelos sujeitos desde as suas inserções nesses mesmos contextos, nos quais constroem suas práticas.
Nessa abordagem, enfatiza-se ora o nível microssocial das práticas que envolvem o fazer das pessoas, ora o nível macrossocial das influências contextuais sobre essas práticas. Isso remete à necessidade de uma delimitação entre os dois níveis, comumente realizada a priori pelo pesquisador (WILSON e JARZABKOWSKI, 2004).
Nesse sentido, oferece-se uma proposta que permite reconhecer o espaço dos sujeitos sociais para definir essas delimitações. Para tanto, articulam-se no texto as seguintes contribuições teóricas: reflexões sobre a ideia de gestão como prática social (REED, 1989) e das representações sociais que oferecem uma alternativa para tratar os limites contextuais que envolvem o fazer das pessoas, dentro e fora das organizações (MOSCOVICI, 1961); as estratégias e táticas cotidianas dessas mesmas pessoas que evidenciam maneiras pelas quais os fazeres envolvem relações de interesses convergentes e divergentes (CERTEAU, 1994).
Palavras-chave: organizações, prática social, representações sociais, estratégias e táticas cotidianas.
1. INTRODUÇÃO
Precursores como Chandler (1962) e Ansoff (1965) influenciaram, com sua visão clássica, o campo de estudo da