Artigo sobre visibilidade
Faculdade de Comunicação e Biblioteconomia
Especialização em Marketing Político
Disciplina: Mídia e Poder
Prof. Dr. Luiz Signates
Administrar a visibilidade, até que ponto isso é possível?
Rose Mendes da Silva
Goiânia, julho/2002
“Ser, dizia Berkeley, é ser percebido” Bourdieu
Visibilidade é o que todo executivo principiante quer e o que todo profissional desconhecido almeja. É também um ponto crucial na trajetória dos aspirantes ao mundo das celebridades em todos os setores da vida. Na política não poderia ser diferente. Políticos e aspirantes à política são personagens em busca de poder, e também de visibilidade para si e para seus feitos. Neste campo, assim como em outros, a visibilidade é tida como um pressuposto de quem tem poder – numa inversão total ao Panopticon (prisão imaginária inventada pelo filósofo inglês Jeremy Bentham, no século 18, onde os prisioneiros poderiam constantemente ser vistos por um observador invisível), estudado por Foucault (Thompson, 1998, p. 120). No Panopticon o poder pertence àquele que vê, e não àquele que é visto. A busca pela visibilidade pode ser sistemática e independente do acaso – em certos casos, essa busca é completamente industrializada, com uma equipe de peritos conduzindo cada passo da escalada. A visibilidade acabou por tornar-se um produto altamente procurado e, por isso, vendável com grande valor de mercado. Pessoas dos mais diversos setores não mais estranham mudar suas vidas e imagens – incluindo-se aí mudanças na personalidade, no modo de andar, de vestir, de falar, de morar – na busca por ganhos na visibilidade e pelo poder agregado a ela. Consciente, ou inconscientemente, esta busca tem sido feita no campo da política desde há muito, dentro e fora do Brasil. Políticos e aspirantes são transformados em produtos para consumo nas prateleiras da política. Nessa linha de