Artigo planejamento
Enio José Garcia Santos
Tem sido comum acompanhar no noticiário, nos últimos tempos, comentários no sentido de que o Brasil está vivendo um momento de sucesso econômico. Isto é uma verdade. Por outro lado, é importante refletir a respeito dos méritos próprios do país em relação a este bom momento e, a partir daí, elevar estes méritos. Por outro lado, é igualmente necessário trabalhar os pontos frágeis que, certamente, não são poucos. Estes últimos são responsáveis por impedir um crescimento maior e, o que é mais perigoso, são capazes de tornar menos sustentáveis os avanços duramente conquistados até então.
A estabilização da moeda, ocorrida na década de 1990, contribuiu fortemente para que o ambiente de negócios no Brasil se tornasse interessante aos investidores internacionais e ao próprio empresariado nacional. Com isto, quando o mundo experimentou um aquecimento econômico, o Brasil esteve em condições de participar dos ganhos. De outra parte, quando a crise internacional se inflamou, o país estava robustecido o bastante para não padecer tanto quanto padeceria se a mesma crise houvesse acontecido vinte anos antes. O Brasil teve que se preparar.
A partir das experiências brasileiras, seja de inflação galopante e de ditadura, seja de estabilização econômica e democracia (ainda que reconhecidamente imperfeita), é preciso analisar os eventos que estão ocorrendo com economias razoavelmente importantes na Europa e, também, com os Estados Unidos da América. Sem medidas de longo prazo, com investimentos corajosos e contínuos, bolhas são silenciosamente criadas e, algum dia, aflorarão, cobrando o preço de sua ocultação.
Investimentos em educação básica, por exemplo, repercutirão até mesmo na infra-estrutura do país, pois uma nação composta por profissionais com acesso à educação sólida e não apenas estatística, possui maiores condições de produzir conhecimento, de desenvolver e exportar técnicas aprimoradas de trabalho humano.