artigo memórias de um sargento de melícias
ALZILENE SANTANA GOMES
MARIA DO LIVRAMENTO DA SILVA MOURÃO
Resumo
Objetivamos com este artigo fazer uma analise da presença da violência contra a mulher e o machismo na obra, Memórias de um Sargento de Milícias, de Manoel Antônio de Almeida. Nesse contexto pretendemos discutir aqui as relações entre o machismo, patriarcalismo, virilidade e defesa da honra, na perspectiva de que estas relações contribuem para a ocorrência da violência contra a mulher.
Palavras-chave: Literatura, Machismo, Patriarcalismo, Violência contra a mulher,
A violência contra as mulheres por muito tempo foi considerada como algo natural e tinha no ditado popular “em briga de marido e mulher não se mete a colher” a única resposta possível para milhões de mulheres que sofriam violência. Essa realidade é fruto de uma persistente cultura patriarcal e machista, aliada à pura e simples covardia de agressores que acreditam que a violência é a única maneira de se impor como homem. Com isso as mulheres eram vítimas da dominação masculina e, vistas como um ser submisso, que não possuía vontade própria, nem podiam se manifestar perante a sociedade e, em seu percurso histórico, ocupou um lugar sempre desprivilegiado no meio societal. E mesmo com a criação da Lei 11.340/2006- Lei Maria da Penha, que estabelece mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres, ainda hoje essa realidade continua presente na vida de muitas mulheres.
No caso da violência contra a mulher, tal hipossuficiência decorre de todo este desenvolvimento histórico, antes resumido, que a colocou em uma posição submissa em frente ao homem encarada como “sexo frágil”, detentora de menos responsabilidades e importância social. O homem, desde a infância, foi sendo preparado para atitudes hostis, para arrostar perigos e desafios, mesmo com o uso da