Artigo Gram Tica Em Sala De Aula
E SUA PRÁTICA EM SALA DE AULA
Thalita Fernandes Clemente (UERJ) thalita.clemente@bol.com.br A presente pesquisa impulsiona uma discussão acerca do trabalho docente no ensino de língua materna, bem como contesta a extrema importância dada à gramática por muitos professores, o que se contrapõe à prática de leitura e escrita reflexiva, mais dinâmica e prazerosa – conforme dito por autores como Antunes, Bechara, Koch, Travaglia e Geraldi.
“A linguagem não é apenas uma “matéria” escolar entre as outras, mas um dos fatores decisivos ao desenvolvimento integral do indivíduo e, seguramente, do cidadão”. (SIMONE, apud BECHARA, 2006, p. 8).
A partir disso, inicio uma reflexão sobre o que se ensinar nas aulas de língua portuguesa aos já falantes da mesma. Se o ensino de língua materna é visto apenas como estudo de estruturas, priorizando apenas uma variante linguística (a dita norma culta), posso considerá-lo relativamente nulo, uma vez que se presta apenas à “decoreba” de regras. Sem perspectivas para a formação de um sujeito altamente capaz de perpassar pelos variados usos da língua, o professor estabelece a norma padrão como o único uso aceitável no meio escolar, além de reforçar que fora da escola também devemos preferi-lo, ferindo, assim, os conhecimentos anteriores dos alunos, bem como o livre arbítrio linguístico.
Embora se saiba que existe uma variante que se destinou ao uso
“referencial” da língua, também somos conhecedores que o seu uso, por se tratar de uma língua viva, implica outros “falares” que não o rotulado
“padrão”. Desta forma, o modo que se utiliza a língua para determinado evento comunicativo é uma questão de escolha, de adequação. A incumbência do professor é mostrar isso aos alunos e permitir experiências linguísticas que envolvam essas variantes.
A língua materna, então, como disciplina escolar tem a missão de dar ao usuário condições de falar e ouvir, ser compreendido e compreender, mesmo que haja oposições entre os