Artigo fulerenos
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b no io 6 m prê 199
Os Fuleren s e sua espantosa geometria molecular
Romeu C. Rocha-Filho
A seção “Atualidades em química” procura apresentar assuntos que mostrem como a química é uma ciência viva, seja com relação a novas descobertas, seja no que diz respeito à sempre necessária redefinição de conceitos.
Este artigo fala da história e das repercussões da descoberta de novas formas alotrópicas moleculares do carbono, uma delas no formato de uma bola de futebol. fulerenos, alótropos do carbono, prêmio Nobel
O
Prêmio Nobel de Química de
1996 foi outorgado aos três químicos que descobriram os fulerenos: o inglês Harold W. Kroto
(Universidade de Sussex, em Brighton,
Inglaterra) e os americanos Robert F.
Curl e Richard E. Smalley (Universidade Rice, em Houston, Texas, EUA). Em
1985, eles relataram a descoberta de mais uma forma alotrópica de carbono, sendo a primeira molecular: o buckminsterfulereno (C60). O anúncio da descoberta dessa molécula em forma de bola de futebol foi recebido com um misto de ceticismo e euforia pela comunidade científica internacional.
Mas, a partir de 1990, uma vez encontradas maneiras de preparar fulerenos em quantidades macroscópicas, eles se tornaram objeto de uma área de pesquisa muito ativa.
Até 1985, eram conhecidas seis formas cristalinas do elemento carbono (Quadro 1), ou seja, dois tipos de grafite (α e β), dois tipos de diamante, a caoita e o carbono(VI), estas últimas descobertas em 1968 e 1972, respectivamente. Os fulerenos são formados quando carbono vaporizado se condensa numa atmosfera de gás inerte
(hélio); a vaporização do carbono pode ser feita, por exemplo, com lasers ou com arcos voltaicos usando eletrodos de grafite. Os átomos de carbono vaporizados são misturados ao hélio e se combinam para formar agregados moleculares que podem reunir
alguns poucos átomos ou até centenas deles.
Descoberta acidental
Na metade da década de 70,
Harold