Artigo Filosofia 1

3476 palavras 14 páginas
INTRODUÇÃO.

Desde os primórdios da civilização, a temática da justiça acompanha a espécie humana. Talvez seja um elemento natural aspirar ao que seja justo e ao que seja ético. Entretanto, paradoxalmente, a mesma sociedade que aspira pela justiça age por vezes injustamente. Desta forma, acompanhar a evolução dos conceitos de justiça é importante para compreender a desordem do mundo contemporâneo e os desafios exigidos para construir uma civilização fundada nos valores da dignidade da pessoa humana e a solidariedade.
Aristóteles e os pensadores representativos da cultura grega consideram a justiça como "hábito".
A tradição patrística e medieval considera a justiça como uma virtude, força da vontade.
Na Antiguidade, a justiça da época era dada pelo julgamento de Deus, como por exemplo, a provas de fogo, de água fervente, o veneno e muitas outras. Para Platão, justiça é dar a cada um o que é seu; o justo se comporta de acordo com a lei e somente o justo é feliz, segundo Aristóteles, a justiça é a virtude moral aglutinadora de todas as outras. Somente a justiça abre a pessoa à comunidade. A justiça é inseparável da polis, da vida em comunidade.

CONSIDERAÇÕES A RESPEITO DO CONCEITO DE JUSTIÇA NA ANTIGUIDADE.

Partindo do pressuposto segundo o qual toda e qualquer discussão ética não pode estar alheia à noção Justiça, posto que, como preconiza Olinto Pegoraro o viver eticamente seria viver conforme a Justiça, passei a me preocupar com o conceito de Justiça (questão árida e tormentosa, que suscita acalorados debates), na Antiguidade greco-romana, eis que tal visão revela a base sob a qual se assenta o nosso ordenamento jurídico atual. É bem verdade que nossos manuais jurídicos tem alardeado, de forma mais ou menos constante e permanente a influência romana, sobretudo na esfera do direito privado (são inúmeras as referências ao Digesto de Justiniano), mas não se pode perder de vista, algumas considerações, como, em primeiro lugar, a de que

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