Artigo Embrapa Cadeia Organica
Pecuária e Abastecimento
Evolução e cadeia produtiva da agricultura orgânica
Circular
Técnica
45
ISSN 1415-3033
Brasília, DF
Dezembro, 2006
Autores
Nirlene Junqueira Vilela
Economista, MSc.
Embrapa Hortaliças
C. Postal 218
70359-970 Brasília, DF
Francisco Vilela de Resende
Eng. Agr., Dr.
Embrapa Hortaliças
C. Postal 218
70359-970 Brasília, DF
Maria Alice de Medeiros
Bióloga, MSc.
Embrapa Hortaliças
C. Postal 218
70359-970 Brasília, DF
Nos registros sobre a história da agricultura, ao longo do tempo a evolução da produção orgânica sistematiza-se em diversas vertentes ideológicas. No início da década de 20, o trabalho do pesquisador inglês Albert Howard descreve as práticas agrícolas de compostagem e adubação orgânica utilizadas pelos camponeses indianos. Na mesma época, na França, Claude Aubert difundiu o conceito e as práticas da agricultura biológica, na qual os produtos eram obtidos pela utilização de rotação de culturas, adubos verdes, estercos, restos de culturas, palhas e outros resíduos vegetais ou animais, bem como controle natural de pragas e doenças. Na Alemanha, em 1924, Rudolf Steiner lançou as bases da agricultura biodinâmica, que busca a harmonia e o equilíbrio da unidade produtiva (terra, plantas, animais e o homem) utilizando as influências do sol e da lua. A tese advoga que, para se estabelecer o elo entre as formas de matéria e de energia presentes no ambiente natural, somente devem ser utilizados os elementos orgânicos produzidos na propriedade agrícola, já que esta é considerada um organismo, um ser indivisível. O modelo de conservação se apoiou nos movimentos de preservação da natureza associado ao modelo de exploração agrícola inglesa e no conceito de exaustão do solo preconizado pelos cientistas alemães (Hayami & Ruttan, 1971). De acordo com essa teoria,
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Evolução e cadeia produtiva da agricultura orgânica
a restauração completa dos nutrientes extraídos pelas plantas consignava a importância da