Artigo educaçao
A pesquisa como princípio da formação docente é defendida por pesquisadores no Brasil, desde o final dos anos 80. A crítica ao tecnicismo2 e à racionalidade instrumental, presente nas práticas pedagógicas e na política educacional brasileira, provocou entre os pesquisadores da área, a defesa da reflexividade e da pesquisa no processo de formação do professor como possibilidade de desenvolvimento profissional e melhoria do ensino. Esta proposta tem como objetivo superar a racionalidade técnica que orienta a ação docente, meramente reprodutora de conhecimento e avançar para uma racionalidade da práxis, comprometida com práticas pedagógicas emancipadoras. Segundo Campos e Pessoa (2003, p. 191), a ampliação do movimento em favor do professor reflexivo ocorre na década de 80, devido à grande difusão das idéias de Donald Schön, pela crítica que faz ao tecnicismo e pela proposta da formação do professor reflexivo. As autoras explicam que outros, por exemplos, Zeichner e Liston, aperfeiçoam as idéias de Schön e atribuem à atividade reflexiva o caráter dialógico, propondo a reflexão como uma prática social, que, além de exercer a atividade intelectual, deve abrir-se para a reflexão coletiva e para a cooperação. Também nessa perspectiva, encontra-se o pensamento de Freire, que, no final dos anos 70, já abordava a reflexividade na prática de professores, propondo a conscientização, que é mais do que a tomada de consciência individual, pelos processos de ação-reflexão-ação. A conscientização para Freire (2003, p. 60), que é coletiva, implica a “substituição de uma percepção distorcida da realidade, por uma percepção crítica da mesma”. Essa mudança
Programa de Pós-Graduação em Educação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná - Mestre em Educação. Orientadora: Joana Paulin Romanowski - Doutora em Educação – USP.
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De matriz teórica americana, o paradigma técnico-linear como denomina McDonald,