Artigo Crises Do Petroleo 1
As crises do petróleo
1. Introdução
Para o melhor entendimento das crises do petróleo dos anos 1970 é necessária uma explanação sobre os acontecimentos relacionados à extração e consumo de petróleo ao longo do século XX.
Enquanto o petróleo se tornava a fonte primária de energia mais importante para os países que
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atravessavam a 2 Revolução Industrial, sua extração se concentrava em regiões do Oriente Médio e do
Norte da África. Essas regiões, entretanto, não se beneficiavam do aumento da exportação do produto. O domínio imperialista europeu viabilizava a extração massiva do produto com custos reduzidos e comercialização do petróleo e seus derivados em escala mundial com grandes lucros apenas para as empresas multinacionais (na época, as empresas que viriam a ser chamadas de “7 irmãs”).
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O cenário começou a mudar após a 2 Guerra Mundial.
As regiões exportadoras de petróleo, antigas áreas colônias – protetorados, áreas de mandato ou qualquer outra forma de dominação européia – tornaram-se países independentes. Não apenas: essas antigas áreas coloniais na Ásia e na África lançaram um movimento de valorização política dessas regiões, um possível terceiro pólo de poder em meio à geopolítica da Guerra Fria. Estava lançado o movimento de países de Terceiro Mundo.
O terceiromundismo se desdobrou em muitas áreas: produção de conhecimento, formação de alianças entre países pobres e, para os nossos interesses da geopolítica do petróleo, a formação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (a OPEP), constituída por países pobres exportadores de petróleo concentrados – mas não exclusivamente – no Norte da
África e Oriente Médio.
Para valorização do combustível extraído nos seus territórios e consumidos no mundo todo, os países da
OPEP iniciaram nos anos 1960 uma estratégia de nacionalização da extração, transporte e refino de petróleo. Assim, o controle sobre o comércio mundial de petróleo lentamente passava das empresas privadas multinacionais para os