ARTIGO Corpos e gestos na realidade urbana contempor nea
Professora da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte e do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais em Coronel Fabriciano.
Comunicação oral para a Sessão Temática ST3 – Corpografias urbanas
Corpos e gestos na realidade urbana contemporânea
O presente texto propõe discutir as imbricações corpo-cidade a partir de questões decorrentes da constituição do fenômeno urbano contemporâneo. Numa primeira parte serão desenvolvidos, a partir da consideração das formulações de Henri Lefébvre, os argumentos que permitem compreender a realidade urbana contemporânea, procedendo-se a um esclarecimento e reformulação de alguns termos, conceitos e premissas com os quais confrontá-la.
Em seguida, serão apresentados os argumentos que permitem entender, na escala e na realidade dos gestos, as possibilidades, condicionamentos, restrições e potencialidades aos quais a experiência do corpo se liga na realidade urbana contemporânea. Sem pretender esgotar o assunto ou sequer elencar todas as possibilidades propostas para o entendimento do tema, pretende-se investigar as especificidades dos gestos em uma sociedade transformada pela industrialização e pela urbanização. Partindo ainda de Léfèbvre, mas incorporando as contribuições de Foucault, referentes ao entendimento da disciplina e da biopolítica; as contribuições de Richard Sennet referentes às relações corpo e cidade na civilização ocidental; a crítica radical de Adorno à tecnificação como dominação, e as práticas microbianas de Certeau, se esboçará um panorama possível de entendimento dos impasses e possibilidades que informam os corpos e gestos nos espaços de nosso tempo, caracterizados pelos signos da segregação e da desigualdade, mas também pela possibilidade de transformá-los.
Corpos e gestos na realidade urbana contemporânea
A realidade contemporânea: da cidade ao urbano
Entender a cidade implica o conhecimento e a consideração das condições sócio-históricas que