Artigo cientifico
ADRIANA PEREIRA
estudos, Goiânia, v. 38, n. 01/03, p. 9-27, jan./mar. 2011.
Resumo: este artigo apresenta um conjunto de teorizações que auxiliam na compreensão dos elementos formativos do indivíduo/atleta com base na perspectiva de George Mead, além da caracterização do brincar/jogar na concepção de Johan Huizinga e a classificação dos jogos segundo Roger Caillois. Autores considerados progressistas, democráticos, que pensam a formação de indivíduos críticos e reflexivos para a construção da cidadania plena. Palavras-chave: Psicologia Social, Self, Brincar/ Jogar, Psicologia do Esporte. PSICOLOGIA SOCIAL E FORMAÇÃO DO ATLETA: A PERSPECTIVA DE GEORGE H. MEAD
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abemos que a psicologia, tomada como ciência natural, procura entender e explicar a estrutura e a função dos mecanismos psíquicos. Buscando predizer e controlar, por meio das análises causais, ou do caminho da catarse, ou das associações livres, a psicologia sempre visou compreender os humanos pelos mais diferentes caminhos, fornecendo explicações pautadas pela tríade emoção, cognição e ação. A escolha do caminho ocorreu sempre em função da
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concepção de homem que subjaz à escola de referência, sem abrir mão do modelo de demonstração e generalização que lhe garantiu o status de ciência. A ideia de conhecer para predizer e controlar o comportamento era pautada no método científico, que devia garantir a análise funcional do comportamento dos indivíduos. Esses eram tratados como sujeitos de uma ação, em ambientes controlados e passíveis do exercício da manipulação de variáveis que “imobilizariam o mundo”, garantindo a discriminação de seus efeitos sobre respostas específicas. Acima de tudo, dessa forma, se teria clareza e precisão na replicação dos procedimentos usados e garantia de certeza das conclusões. Muito conseguimos entender com esse modelo, cuja contribuição é inegável, podendo ser citados aqui centenas