Diabetes

1 INTRODUÇÃO

Nos últimos 50 anos tem-se observado um aumento universal e significativo da expectativa de vida. Isso se atribui principalmente ao controle epidemiológico das doenças infecciosas e melhores condições de higiene e alimentação. Como consequência deste conjunto de fatos, as doenças crônicas não infecciosas, como o diabetes e as doenças cardiovasculares, antes praticamente inexistentes, tiveram um importante aumento de prevalência, com grande impacto econômico e social. Desta forma, o diabetes, que era uma doença rara no início do século XX, é hoje – e também o será no decorrer do século XXI – um dos maiores problemas mundiais de Saúde Pública, por apresentar elevada prevalência e evoluir com complicações crônicas que resultam em importante morbidade e mortalidade.
Consideramos atualmente o diabete mellitus como uma síndrome multifatorial de evolução crônica que pode acometer o homem moderno em qualquer idade, condição social e localidade geográfica. O diabetes se caracteriza por uma deficiência absoluta ou relativa de insulina que irá influenciar negativamente todo o nosso metabolismo, isto é, o metabolismo dos glicídios e lipídios, das proteínas e vitaminas, da água e dos minerais.
Apesar dos conhecimentos adquiridos sobre a etiopatogenia e a fisiopatologia da doença, bem como de suas complicações, as estimativas reais do número de pessoas afetadas em diferentes regiões do mundo ainda são escassas e, na maioria das vezes, limitam-se a um determinado tempo de avaliação. A magnitude da importância do diabetes e suas complicações, mesmo nos países desenvolvidos, ainda não é valorizada plenamente pelos profissionais de saúde. Como consequência do acima exposto, temos um grande contingente de indivíduos não diagnosticados e, portanto, com risco de evoluir para complicações crônicas microvasculares e macrovasculares que, hoje, são responsáveis pelo grande custo direto e indireto da doença.
A mortalidade do paciente diabético, na maioria das