Artigo acadêmico crônica de rubem braga sobre a revolução de 30
Universidade Cruzeiro do Sul – UNICSUL Resumo: O presente trabalho se propõe a abordar as circunstâncias de enunciação da crônica de Rubem Braga (1913-1990) ‘’A Revolução de 30’’ produzida em agosto de 1953 e jornais que desenvolveram diferenças quanto à realidade pertinente à revolução de 1930 no Brasil, período de transição da república velha, culminando com a posse do presidente Getúlio Vargas. Para isso parte do confronto das notícias dos jornais brasileiros da época, de 4 de outubro a 5 de novembro de 1930 com a crônica Bragueana..
Palavras chave: Rubem Braga, Crônica, Circunstâncias de enunciação, Revolução de 30, jornais de 1930. 1- A MEMÓRIA E O TOM DE ENGAJAMENTO NA CRÔNICA DE RUBEM BRAGA . Ao escrever a crônica "Revolução de 30" em agosto de 1953, Rubem Braga reelabora fato histórico, a revolução brasileira de 24 de outubro de 1930, a partir da descrição de reações e sentimentos do povo carioca perante tal acontecimento segundo sua memória pessoal e visão sócio histórica e ideológica da época , o autor era ,então, contra a Aliança Liberal liderada por Getúlio Vargas. Aos 17 anos eu era um magro e sério estudante de Direito que morava junto ao Campo de São Bento, atrás de Icaraí, e estudava direito no Catete. (A Revolução de 30, agosto de 1953)
1929-1930 foi uma das fases mais dolorosas da minha vida. Perdi duas pessoas muito queridas e minha saúde foi abalada a um ponto que saí de uma conferência de três ilustres médicos friamente disposto a dar um tiro na cabeça, no lugar de fazer a operação que eles tinham resolvido. ( A Revolução de 30, agosto de 1953)
Observa-se que autor e obra não se dissociam na crônica Bragueana , um acontecimento terrível abalou a vida de Rubem Braga, aos 16 anos em 1929, a morte de sua irmã, de complicações no parto, aos 30 anos, no Rio de Janeiro, e em dezembro de 1930, a morte do pai, Francisco Braga, aos 56 anos,