Artigas

Casinha- Vilanova Artigas

A casinha como ficou conhecida , construída em 1942 , foi a primeira casa do arquiteto criada para si , sendo esse o grande motivo segundo Artigas pelo qual teve uma liberdade para projetar algo diferente das formas da época .
Neste projeto , apesar da sua simplicidade e, uma importância relativamente pequena comparada à projetos anteriores , é considerável a ruptura que houve entre a planta da casa paulistana e à relação estrutural colonial.
O arquiteto destacava três pontos propostos de mudanças nesse projeto , sendo eles :
-implantação
-tratamento das fachadas
-distribuição interna
... Libertei-me da planta porque a cozinha passou a se integrar na sala. Marcou uma nova fase em todo tratamento volumétrico daquilo que podia se chamar fachada, porque a fachada desapareceu.
Transferi algumas vivências minhas, de menino paranaense, do sul do Brasil , que tem sala e não sabe para quê . A convivência da família brasileira era na cozinha. Enquanto na sala tradicional paulista , a sala de jantar se dirige na direção do ‘living-room’ , pelo processo de transformar duas salas em uma, eu fui para a tradição brasileira de integrar a cozinha à sala.

Libertando-se então da estrutura colonial , fez com que desaparecesse a hierarquia entre fachada , frente e fundos , por tanto , Artigas implantou a casa em 45º graus no terreno , o que deixa bem claro também a preocupação com as vistas , e o abandono do uso padrão do terreno em São Paulo de lotes estreitos e compridos .
O telhado apresenta diferentes inclinações ( considerada pelo arquiteto uma grande conquista) que resultaram em beirais de comprimentos diferentes . Na face sul , onde o beiral é maior , ele criou uma bow- window¹ e, arrematou a parte do telhado de duas águas da face norte com uma parede-platibanda³ simétrica e ortogonal a face leste , que além de marcar a entrada , servem como apoio ao pergolado³ de madeira .
A circulação de toda a casa , é através de uma edícula junto