Artes
Cada qual escolheu um lugar. Os mares dançaram rolando em ondas imensas, os rios desenharam seus cursos de água e as montanhas esculpiram seus contornos erguendo-se em picos. Na terra fresca e fofa as plantas cresceram, coloridas flores brotaram e doces e suculentos frutos amadureceram. O canto das aves ecoou no eco das matas e os cardumes de peixes bailaram no vaivém da correnteza das águas.
Bichos grandes e pequenos, cada um a seu jeito, a mãe Terra habitou.
O mundo estava pronto. Mundo que girava no universo com seus enigmas, movido pelas determinações naturais daquelas muitas formas de ser que ali habitavam. O mundo era morada da natureza.
Entretanto, faltava ainda alguém. Um ser capaz de perguntar sobre o seu lugar na natureza e no cosmo. Alguém capaz de refletir sobre os muitos mistérios daquele mundo. Mas alguém que também fosse capaz de chorar e sorrir, de temer e ousar, de odiar e amar, de perdoar e esquecer, de lembrar e desejar, de criar... Alguém capaz de expressar-se sobre si mesmo e seus semelhantes, sobre o mundo e as coisas do mundo. Aí, então, o mundo estaria