Artes
A filosofia nasceu na Grécia por volta do século VI a.C., século em que as explicações fornecidas pela mitologia não mais satisfaziam os homens, o que instigou a criação de um saber consciente. Desde a Antigüidade, o trabalho de muitos filósofos distingue-se por seu caráter argumentativo e questionador, e, mediante as semelhanças entre pensamentos, eles se agrupam em escolas ou correntes diferentes de pensamento. De acordo com os historiadores da filosofia, a sua invenção pode ser associada ao surgimento das cidades-Estado gregas, momento de grandes transformações na estrutura social das comunidades da Ásia Menor, entre os séculos VII e VI a.C. No fim do século VII e início do século VI a.C., algumas dessas pólis foram responsáveis pela invenção da política, especificamente de uma nova forma de conceber as relações de poder entre as camadas sociais da sociedade grega, a democracia, que introduziu novos aspectos decisivos para o surgimento da filosofia, como, por exemplo, os debates públicos sobre o bem comum da pólis. Esses debates valorizaram a persuasão, a decisão racional e o próprio pensamento racional. De modo geral, o nascimento da filosofia na região chamada Jônia está intimamente relacionado a uma miríade de transformações na sociedade e pensamento gregos. Todas elas consistem, da filosofia à democracia, numa valorização do indivíduo e da sua reflexão sobre o mundo natural e social a sua volta. Em seu início, a reflexão era apenas cosmológica (cosmos: ordem e organização do mundo; logia: que vem do latim logos, que significa "pensamento racional") isto é, voltada à compreensão da ordem do mundo e da natureza; logo, os conteúdos da reflexão filosófica sofrem mutações significativas, deslocando-se das preocupações com o conhecimento cosmológico ao entendimento das questões relacionadas à vida política, ética, estética etc. Assim, a