Artes cotidianas
Natural do município de Assu, mas radicado em Ceará-Mirim, Etewaldo Santiago foi um dos artistas potiguares de maior projeção no país e no exterior. O artesão, falecido em junho de 2006, foi premiado três vezes na Feira Nacional das Artes (FIART) e tem trabalhos expostos no Museu do Vaticano e no Museu da Unesco, na França.
Em Natal, as obras de Santiago podem ser conferidas em diversos pontos da cidade. São de sua autoria esculturas conhecidas, como a imagem de Iemanjá que decora a orla da Praia do Meio, a escultura “O Beijo”, localizada no Parque das Dunas e o soldado que guarda a entrada do 16º Batalhão de Infantaria Motorizada, na Hermes da Fonseca.
Na exposição do Museu Câmara Cascudo, foram reunidas cerca de vinte obras a partir do acervo da instituição pública e outras doadas pelo filho do escultor, Edvaldo Santiago.
Feitas de barro em sua maioria, as esculturas representam os principais temas visitados pelo escultor ao longo de seus 30 anos de produção.
“A produção dele expressa bastante a religiosidade, os afazeres cotidianos e as vestimentas do povo potiguar. É muito forte, nas esculturas de Etewaldo, essa valorização da cultura local”, analisa Silena Rocha, pesquisadora do departamento pedagógico do Museu e uma das organizadoras da mostra, ao lado de Jailma Medeiros.
O trabalho de pesquisa que deu origem à exposição é só o começo de um projeto maior acalentado pelas duas pesquisadoras. O plano é mapear a produção de outros artesãos potiguares, espalhados pelos municípios do interior do Rio Grande do Norte.
Por enquanto, foi realizado um levantamento indicando onde estão os artistas, mas o trabalho de catalogação ainda enfrenta outras dificuldades.
“Infelizmente, não temos condições de viajar para muitas dessas localidades onde se encontram esses artistas. Mas,