Arte
A informação estética, ao contrário da informação semântica, não é necessariamente lógica. Ela pode ou não ter uma lógica semelhante à do senso comum ou da ciência, Ela também não precisa ter ampla circulação, isto e, não há necessidade de que um público numeroso tenha acesso a ela. A informação estética continua a existir mesmo dentro de um sistema de comunicação restrito, até interpessoal, ou mesmo quando não há nenhum receptor apto a recebê-la. Sabemos que isso aconteceu inúmeras vezes. Por exemplo, a informação estética contida numa tela de Van Gogh permaneceu lá, embora em sua época ninguém pudesse entendê-la. Outra característica da informação estética que a diferencia da informação semântica é o fato de não ser traduzível em outras linguagens. Quando dizemos "O tempo hoje está ruim", podemos traduzir a informação semântica contida nessa frase para qualquer outra língua, sem perda da informação original. Quando vemos, no entanto, num filme, uma cena com tempo ruim, vemos a qualidade da cor, a força do vento, da chuva ou da neve, a vegetação, os ruídos ou o silêncio, a névoa, a qualidade da luz e inúmeros outros detalhes que nos são mostrados pelas câmeras e que nos causam um determinado sentimento. Essa informação estética não pode ser traduzida nem para a linguagem verbal nem para qualquer outra sem ser mutilada, isto é, sem perder parte de sua significação. A informação estética apresenta, ainda, um outro aspecto distintivo, que é o fato de não ser esgotável numa única leitura. Por exemplo, a informação sobre o tempo ruim só me conta algo de novo na primeira vez em que for dada. Ela se esgota. A informação estética contida em uma obra de arte, no entanto, pode ser lida de várias maneiras por pessoas diferentes o u por uma mesma pessoa. Na primeira vez que lemos um Livro ou ouvimos uma música, recebemos uma certa quantidade de informações; numa segunda leitura ou audição, podemos