RETRATO E AUTO-RETRATO EM NIKKI S. LEE PORTRAIT AND SELF-PORTAIT IN NIKKI S. LEE Raphael Fonseca1 RESUMO: Através dos conceitos de retrato e auto-retrato, este artigo faz uma breve análise da série fotográfica “projetos” da artista contemporânea Nikki S. Lee. Para tal tarefa faz-se necessária a criação de cruzamentos entre sua produção artística e a problemática relação dentro da história da arte entre imagem e alteridade cultural (etnografia) de um grupo cultural (pré)definido. PALAVRAS-CHAVE: Nikki S. Lee, retrato, auto-retrato, fotografia, alteridade cultural ABSTRACT: Using the concepts of portrait and self-portait, this paper does a short analysis of the phographic series “projects” of the contemporary artist Nikki S. Lee. For that, it is necessary to make relations between her artistic production and the problematic relation inside the art history between image and cultural alterity (etnography) of a cultural group (pre)defined. KEYWORDS: Nikki S. Lee, portrait, self-portait, photography, cultural alterity Antes de pensarmos através do principal objeto da história da arte, ou seja, das obras em si, parece ser necessário fazer alguns breves apontamentos quanto aos dois conceitos sugeridos no título deste texto, “retrato” e “auto-retrato”. Seria criminoso tentar circular de forma estanque o que vem a ser um retrato. Por outro lado, algumas características de sua produção parecem comuns, dando pistas para futuras definições e possibilitando que relações artísticas sejam estabelecidas no decorrer desta argumentação. Como muito bem coloca a historiadora inglesa Shearer West, todo retrato está inserido numa tensão entre quatro pontos: retratista, retratado, comanditário e sua finalidade expositiva (WEST, 2004). Mesmo quando deparamo-nos com utilizações anteriormente tidas como estranhas, mas já contemporaneamente digeridas, como os ditos fotologs permeados por suas selfpictures, em que os quatro pontos podem estar focados no mesmo indivíduo, estes não se dissipam.