Tudo o que o mundo contemporâneo entende como História da Arte, até pouco tempo atrás, tratava exclusivamente da historiografia registrada sobre o velho mundo ocidental. O esforço para mudar esse quadro existiu no século que passou e existe até hoje, porém os cânones que ditam as regras da arte ainda prevalecem sobre os domínios do continente Europeu e dos Estados Unidos. Esse é um problema que outras regiões enfrentam e no assunto discutido aqui, em especial, a América Latina. A questão é: o que podemos chamar de arte da América Latina? O que caracteriza a arte que é feita aqui? Ela existe ou é um reflexo da tradicional dependência geográfica que assola o continente não só nos quesitos culturais? Todos esses questionamentos geraram diversos debates e geraram novas experiências, tanto no continente americano, como na Europa. Num primeiro momento de reconhecimento por parte do “Norte”, a arte latino-americana foi julgada de forma fantasiada – primitivo, exótico -, ou com a triste tentativa de adequação com “parâmetros internacionais”. O que torna difícil se distanciar desse julgamento, é que os artistas latino-americanos, nem sempre defendem sua arte de forma diferente da apresentada. Com um passado de colonização, as heranças deixadas pelo povo europeu se confundem com a história do povo local de origem e também com a herança deixada pelas migrações. Esse legado pode ser refletido nas histórias particulares da maioria dos artistas latino-americanos que alcançaram sucesso. Em sua quase totalidade, os artistas estudaram e viveram na Europa ou Estados Unidos. Primeiramente, vivenciaram e produziram nos moldes definidos como uma “arte global”, para depois se voltar para as origens, ou então prosseguir nos moldes tradicionais. Essa, obviamente, é uma visão geral do caso. Não se trata da totalidade, pois o continente latino-americano não pode ser visto como uma massa uniforme. Cada país e região têm suas peculiaridades, sua história, então cada um tem