Arte Postal
Os artistas associam-se espontaneamente por grupos de afinidade, dando lugar à troca de ideias a uma escala global. Defendem a descentralização artística dos grandes centros artísticos, fruto da democratização dos meios de produção.
Introduz no contexto artístico a multi e a intermédia, passando a ser sincronizada e não sequencial, como até então as técnicas operativas haviam sido.
A arte postal é uma estrutura espaço-temporal complexa, predominando nela o espírito da mistura de meios e linguagens, pois o objectivo é mesmo a invasão e contaminação de outros espaços-tempo. É, portanto, um veiculo de comunicação interpessoal e tudo nela é conteúdo. Então, todo o material que entra no seu fluxo tem como função a comunicação, daí obras realizadas pelos meios tradicionais não sejam, normalmente, consideradas mail art.
Ao criador da Arte Postal não interessa tanto a manipulação do objecto, mas antes o mundo dos signos e das linguagens, utilizando-os como forma de interacção com o mundo. Utiliza e enfatiza material de cariz documental, desenvolvendo uma forte tendência para a linguagem retórica, como veiculo de expressão da sua ideologia artística, abandonando a função poética e estética da arte. Apropria-se do mundo da informação que tem ao seu dispor, sendo grande consumidor da industria gráfica, denunciando a nossa imersão numa cultura de papel, fazendo uma paródia a essa mesma cultura. O envolvimento neste tipo de arte implica dar mais ênfase à produção para uma estética de recepção, para o consumo e manter diálogo com a comunidade artística, pois é sabido que a informação nos dias que correm é consumida de forma diluída e efémera. A mail art não se projecta no futuro, mas sim no