Arte na Ditadura Militar
Introdução
O presente trabalho faz uma abordagem sobre o período da Ditadura Militar no Brasil, que ocorreu entre os anos de 1964 a 1985, onde a questão da censura à cultura brasileira ocorreu de maneira incisiva envolvendo toda produção artística e intelectual desse período, do qual se originaram marcos históricos no teatro, na música, nos filmes, na moda, nos jornais e revistas.
Com a promulgação do Ato Institucional Nº 5 (AI-5) em dezembro de 1968, o qual dava totais poderes ao governo e retirava dos cidadãos todos os direitos, muitos cantores, compositores, atores e jornalistas tiveram suas obras censuradas.
Mesmo com a censura, a cultura brasileira não deixou de criar e se espalhar pelo país e a arte se tornou um instrumento de denúncia da situação do naquele momento. A possibilidade de ver até que ponto uma obra de arte engajada poderia ter também valor estético, sem se transformar num simples panfleto ideológico. Este período foi propício a essa indagação. A repressão a produção cultural perseguia qualquer ideia que pudesse ser interpretada como contrária aos militares, mesmo que não tivesse conteúdo diretamente político. Por conta disso os militares foram capazes de prender, sequestrar, torturar e exilar artistas e intelectuais.
A censura foi uma evidência dos anos de repressão do regime militar. As músicas sofriam cortes ou simplesmente eram 100% censuradas. O controle era feito através de um “órgão” do governo militar chamado Divisão de Censura de Diversões Públicas. Se tratava de uma censura sem nenhum tipo de critério, que usava como argumento o corte por “proteção à moral vigente” ou simplesmente “por motivos políticos”.
Para ser aprovada a letra de uma música, era preciso enviá-la para o DCDP e se ela não fosse liberada pelo órgão, a gravadora poderia abrir um recurso a ser julgado por censores. No governo Figueiredo, foi criado o Conselho Superior de Censura (CSC), que tinha o intuito de reduzir as atuações