Arte média
O caso acima é fundamental para se entender posteriormente as razões que levaram à mais recente crise econômica mundial, e é esse justamente o objetivo do longa: mostrar ao espectador o longo processo que teve seu estopim na quebra do banco de investimentos Lehman Brothers em setembro de 2008. Charles Ferguson, diretor, roteirista e produtor do filme, vai longe na sua missão. Começa explicando, ainda que superficialmente, como era o sistema financeiro americano desde a crise de 1929 e as mudanças sucessivas permitidas por governos omissos e reguladores com uma agenda própria.
A total compreensão deste complicadíssimo processo esbarra em dois pequenos problemas. Em alguns momentos, a narração (feita pelo competente Matt Damon) e a montagem são rápidas demais, não oferecendo tempo suficiente para a assimilação de tantas informações, datas e nomes. Os leigos ainda são bombardeados com expressões e termos cuja definição é desconhecida e a tradução, equivocada.
Por outro lado, se alguns detalhes podem passar despercebidos, a essência da mensagem transmitida é clara para aqueles que dedicam um mínimo de atenção. Ferguson enriquece sua obra ao trazer dezenas de entrevistas com os mais diversos profissionais, não só aqueles que trabalham diretamente no mercado financeiro, lobistas, funcionários do Federal Reserve (o Banco Central dos EUA), corretores, políticos, mas também de um psicólogo especialista em tratar executivos de Wall Street e uma cafetina responsável por